polinização - polinização das abelhas
Curiosidades out 13
Por MN Própolis Loja 0 Comentários

O processo de polinização é muito importante para algumas culturas agropecuárias, estas são extremamente dependentes de polinizadores para produzir, é o caso da maçã, melão, abóbora e amêndoas. Em outras culturas, o trabalho das abelhas não é essencial, mas pode trazer ganhos de produtividade, melhorar a qualidade dos frutos ou aumentar a quantidade de sementes. É o caso do café, da laranja, do tomate e da soja, entre outros. Com o café, por exemplo, o aumento pode ser de até 30% com a introdução de agentes polinizadores no momento certo da florada.

Segundo o técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) Alberto José de Almeida, existem mais de duas mil espécies de abelhas no Brasil que são polinizadoras e todas ajudam na polinização, sendo a europeia a mais usada na agricultura.

“A polinização garante a perpetuação das espécies e o aumento da produção de frutos e grãos. Se tiver uma planta que não é polinizada, deixa de produzir grãos. O café, se a flor não for polinizada, cai, não produz grão. Se sofrer uma polinização sem a presença do inseto, costuma perder a qualidade do grão. Até o sabor muda com a polinização das abelhas, um café mais adocicado”, disse Alberto.

O Mercado

Com a importância da polinização por abelhas, abriu-se oportunidade para um mercado de locação de colmeias para as propriedades rurais. Comum em outros mercados, como no EUA, o aluguel de abelhas, chamado polinização assistida, ainda é pouco praticado no Brasil.
Nos Estados Unidos, cerca de 70% dos criadores de abelhas já são especializados no serviço. Aqui, nem 10% das 2,5 milhões de colmeias são alugadas, segundo estimativa do pesquisador Cristiano Menezes, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
E foi visando esse nicho de mercado, que uma startup paulista, chamada AgroBee, desenvolveu um aplicativo que oferece a cafeicultores de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo colmeias de abelhas africanizadas, ou as nativas sem ferrão, para que produtores possam polinizar suas plantações e garantir um produto de melhor qualidade.

“A Agrobee oferece esses serviços para cafeicultores, com o monitoramento do momento exato da entrada das abelhas, um plano de polinização para saber quantas colmeias serão necessárias e em qual localização, quanto tempo permanecerão para atingir um melhor resultado”, explicou Guilherme J. G. Sousa, um dos sócios da Agrobee.

Conhecido como “Uber das Abelhas”, o aplicativo funciona da mesma maneira que o app de transporte. O apicultor parceiro se cadastra, e surgindo demanda é acionado para levar suas colmeias até a propriedade rural.

“A gente trabalha com uma rede de apicultores parceiros e atualmente temos mais de 30 mil colmeias cadastradas no sistema. Trabalhamos com três pilares: produtividade, o serviço tem que se pagar com aumento; sustentabilidade, porque aumenta produtividade sem aumentar as pegadas de carbono e a hídrica; e a responsabilidade social, que trabalha com apicultores regionalizados gerando nova fonte de renda”, disse Guilherme.

Importância do conhecimento técnico

Embora pareça simples, a polinização assistida exige muito conhecimento específico, pois a espécie mais indicada vai depender da cultura. O trabalho conta com biólogos, veterinários e engenheiros agrônomos, além do apicultor, é claro. Para o café, essas três espécies funcionam bem porque são populosas e “fáceis de criar”, e conseguem atender plantações em grande escala. São elas: africanizadas, as mais conhecidas, com ferrão, do gênero Apis e tubunas e mandaguaris, nativas do Brasil, sem ferrão, do gênero Scaptotrigona.

“Para o morango, são adequadas a africanizada e a jataí. A mandaguari a gente já testou, mas ela não gosta da flor. Para o tomate, a africanizada já não serve, porque tem que morder e vibrar a flor para tirar o pólen, e ela não faz isso. Nesse caso são indicadas a abelha mandaçaia ou a uruçu, que são sem ferrão e de grande porte”, explica Menezes, da Embrapa.
O resultado também varia. No morango, por exemplo, a polinização ajuda a reduzir a deformação dos frutos. No feijão, aumenta a produção de sementes.
“Mesmo para culturas que são pouco dependentes da polinização, como a soja, o café e a laranja, quando as abelhas estão presentes, os frutos e as sementes acabam sendo maiores, mais homogêneos e o valor de mercado desses produtos aumenta”, diz Charles dos Santos, biólogo.
Os biólogos da AgroBee é que avaliam a quantidade de caixas necessárias, o lugar mais apropriado para colocá-las e a espécie de abelha indicada, de acordo com os objetivos dos agricultores.
“Fazemos também auditoria nas colmeias para ver se elas atendem os requisitos exigidos, como quantidade de abelhas, sanidade, se estão produzindo cria – porque aí elas vão necessitar de alimento e não servem para a polinização”, diz Arthur Nascimento, também biólogo da startup.
Outra questão que precisa ser controlada com muito cuidado é o uso de agrotóxicos nas lavouras que recebem as abelhas – os apicultores que locam suas abelhas têm indenização garantida em contrato em caso de morte ou dano aos enxames.

Fontes:

https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2019/10/05/uber-das-abelhas-agricultores-recorrem-a-aluguel-de-colmeias-para-melhorar-producao-de-maca-morango-cafe-e-outros-graos.ghtml

https://diariodeuberlandia.com.br/noticia/25910/-uber-das-abelhas–facilita-polinizacao-dos-campos

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